15 de set. de 2010

Furtivo

O ambiente estava adequadamente climatizado, apesar da leve sensação de frio que causava sobre sua pele fina. Ela parecia totalmente perdida dentro de si, não de uma forma vazia ou sem sentido, mas como se estivesse dentro dos seus próprios desejos e aspirações. Ao contrário do que possa estar pensando, não estou falando de um espaço glamouroso, nem nada do tipo, refiro-me apenas a uma imensa livraria que fica na esquina de sua rua. Sei que pode parecer patético, mas para aquela garota ser abraçada por milhares de livros e suas mais diversas histórias, era a coisa mas reconfortante que ela poderia querer para si.

Saindo um pouco do seu estado perdido, ela reparou em um garoto alto, com um corpo muito bem feito e proporcional, seu olhos castanhos fazendo um contraste lindo com a sua pele clara de cabelos loiros. Ele parecia estar olhando todos aqueles livros com um certo interesse que fazia seus olhos brilharem, tanto quanto os dela faziam ao encontrar o título de um belo romance. Pelo que me parece ele havia percebido a sua presença ali primeiro, já que se concentrou em ler cada título da estante em que ela estava, lhe lançando olhares doces e furtivos.

Aquilo, agora, era tudo o que ela poderia querer. Um amor escapando das linhas dos livros, em uma maravilhosa e lustrosa livraria, inundada com um cheirinho de café capaz de deixar tudo mais especial.

O celular toca. Ele atende. Parece não estar muito certo do que está ouvindo e do que, de fato, quer fazer. Contudo ao final parece ser convencido pela pessoa do outro lado da linha, julgando pelo sorriso torto que dá, como se tivesse sido vencido por alguma proposta irrecusável. Então ele sai da loja, lhe dando um último olhar, deixando aquela garota ser abraçada por milhares de livros e suas mais diversas histórias. Aquilo, agora, era a coisa mas reconfortante que ela poderia querer para si.

8 comentários:

Verônica Hiller. disse...

ah, esses amores furtivos e rápidos de livrarias... e a descrição do rapaz, nunca se encaixou tão perfeitamente a mim como agora! (: adorei o post.

Jéssica F. disse...

Ah como é reconfortante estar diante de tantos livros. E esses amores furtivos então, diante de livros, fazem história. hehe, beijão :*

Mafê Probst disse...

Que lindo!

Vi tanto de mim nas linhas.

Gabriela Furtado disse...

Me identifiquei com ela. Acredito que nenhuma companhia possa superar a de um livro...
beijoo flor:*

Anônimo disse...

Sem agrdecimentos , não e necessário (:

Vane disse...

Olá,
Passeando pela blogosfera, acabei parando aqui. E voltarei sempre.
Gostei do post. Me fez lembrar aquelas histórias onde "poderia ter sido e não foi", por detalhes...
Certamente a companhia dos livros é incomparável. A mais reconfortante e incrível que se pode ter.
Abraços!

Meus desabafos :) disse...

O meu sonho é chegar numa livraria e ficar lá o dia inteiro,ou pelo menos, para sempre :)

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AHAHAHAH.

beeijão!

Joyce C. disse...

Que narrativa delicada.
Amei!

Beijos Mayana!

 

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